domingo, 26 de junho de 2016

Forte de Madame Bruyne ou Forte do Buraco



Localizava-se no Istmo de Olinda e Recife, ao norte do Forte de São João Batista do Brum, distante meia milha deste. Atualmente suas ruínas ficam por trás da Escola de Aprendizes Marinheiros, ao norte da última barra do Porto do Recife, Praia do Istmo ou Ponta Del Chifre.

Originalmente, segundo os historiadores, era apenas um pequena fortificação denominada Guarita de João Albuquerque (SOUZA, 1885), estando situada de frente para a Barra Grande e em posição estratégica de defesa.

Entre 1630 e 1632 as forças holandeses ergueram no lugar da guarita um forte como um reduto de campanha para a defesa avançada do norte do Recife. Em 25 de junho de 1631 recebeu a denominação de Forte Madame Bruyne (Domina Bruninis) em homenagem à esposa de Johan Bruyne, integrante do Conselho de comissários que governou o Brasil holandês. A sua planta apresentava o formato de um polígono quadrangular regular, com quatro meio-baluartes nos vértices.

Quando do assalto final ao Recife, em Janeiro de 1654, esta estrutura foi abandonada pelas forças neerlandesas a 17 de Janeiro.

As ruínas que hoje conhecemos datam do século XVIII, de acordo com portaria do governador, expedida ao provedor da fazenda real, em 17 de novembro de 1711, ordenando que mandasse por em praça a obra da reedificação do Forte do Buraco, que foi executada em alvenaria de pedra, com forma irregular de três faces retas e uma abaluartada, assumindo uma forma de trapézio. Neste período: 

"[...] estava guarnecido por um Capitão, um Sargento, um Condestável (chefe de artilheiros), infantes destacados dos Terços do Recife, dez fuzileiros e dois artilheiros, e artilhado com vinte e duas peças, três de bronze e dezenove de ferro." (BARRETTO, 1958) 

Figura na coleção de "Mapas de vários regimentos da Capitania de Pernambuco", 1763, sob o título Forte de Santo Antônio dos Coqueiros do Buraco, mas desde a reconquista luso-brasileira era conhecido simplesmente como Forte do Buraco, cujo termo foi tomado por ficar fronteiriço ao lugar chamado Buraco do Santiago, hoje Tacaruna.


No século XIX, sofreu reparos em 1863, no contexto da Questão Christie (1862-1865). Poucos anos depois, em 1885, encontrava-se em precário estado de conservação, classificado como de 2ª Classe (SOUZA, 1885). Já no início do século XX o forte encontrava-se abandonado e em ruínas.

"Infelizmente as ruínas da Fortaleza do Buraco já tiveram sua bem executada sentença de morte. Delas resta apenas uma como lápide melancólica dizendo: 'Aqui foi a Fortaleza do Buraco'. Foram essas ruínas sacrificadas às obras de expansão da Base Naval do Recife. Sacrifício parece que desnecessário. Inútil. Lastimável." (Gilberto Freyre, 1968). 

No ano de 2000 o Conselho Deliberativo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou o tombamento das ruínas da fortificação. A fortaleza tinha sido tombada pelo Governo Federal em 1938 e foi destombada na década de 50 por solicitação da Marinha do Brasil. O Iphan tem em seu seu poder as pedras de inscrição que ficavam no portão do Forte do Buraco. As peças, datadas de 1705, foram doadas à instituição em 1962 pelo 3º Distrito Naval.

 

Imagem de 1912


Imagem de um cartão postal de  1930 aproximadamente

Imagem de 1925

 Imagens de 2015 e 2016, mostrando o abandono do forte






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