Em Agosto de 1820 eclode na cidade do Porto um movimento
liberal que logo se espalhou por outras cidades, consolidando-se com a adesão
de Lisboa. Iniciado pelos militares descontentes com a falta de pagamento e por
comerciantes insatisfeitos, conseguiu o apoio de quase todas as camadas
sociais. A junta governativa de Lord Beresford que governava Portugal foi
substituída por uma Junta Provisória, que convocou as Cortes Gerais
Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa para elaborar uma
Constituição. A 17 de Outubro, chegou ao Rio de Janeiro
a primeira notícia dos acontecimentos do Porto, e produziu em todo o Brasil não
pequena comoção; ainda se tornou maior, quando se soube do completo êxito da
revolução portuguesa e da convocação das cortes constituintes; então, uma após
outra, as grandes cidades declararam a sua adesão ao que havia acontecido em
Portugal. Porém a decisão devia de facto ser dada na capital do país, no
Rio de Janeiro. D. João VI não chegava com o seu gabinete a uma resolução
firme; à primeira notícia, ele publicou um manifesto aos portugueses (27 de
Outubro de 1820), no qual declarava ilegal a convocação feita das cortes
constituintes, porém prometia a sua própria vinda para Portugal ou de um dos
seus príncipes; em segundo manifesto, datado de 18 de Fevereiro, publicado a
21, condescendia com as cortes (entretanto já reunidas em Lisboa) e prometia
para ali delegar o seu herdeiro da coroa, D. Pedro, com plenos poderes, a fim
de que ele se entendesse com as cortes a respeito da Constituição a formular.
Neste intervalo de tempo, em Portugal as cortes constituintes reuniram-se em
Lisboa (26 de Janeiro de 1821), e imediatamente depois publicavam um manifesto,
no qual eram enumeradas as reclamações principais da nação portuguesa; entre as
mesmas, salientava-se a queixa sobre a residência continuada da corte real fora
do país, no Rio de Janeiro. Foi entretanto decidido pelo monarca o regresso da família
real e da corte para Portugal. Um decreto de 7 de Março de 1821 anunciou
essa resolução ao povo, ao mesmo tempo que declarava que, até se completar e
executar a nova organização constitucional do Estado, o herdeiro da coroa,
príncipe D. Pedro, ficaria como representante do rei no Brasil. Iniciaram-se os preparativos para a partida do rei,
e na tarde de 24 de Abril de 1821 dirigiu-se ele para bordo do navio de
guerra que tinha o seu nome; duas fragatas e nove grandes embarcações receberam
o seu séquito oficial e voluntário, alguns milhares de pessoas; na madrugada de
26 de Abril, levantou âncora a frota real, rumando ao alto-mar. O monarca
estava muito abalado. A atender às descrições históricas, a chegada da
corte de D. João VI a Lisboa no dia 3 de Julho de 1821, não teve o movimento
nem a carga dramática da sua partida 13 anos antes.
Fonte: http://www.consciencia.org/
Fonte : Historia do Brasil, Fausto
Imagem : Internet
Fonte: http://www.consciencia.org/
Fonte : Historia do Brasil, Fausto
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