terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

FORTE DE SÃO JOÃO DO BRUM - PE



O Forte de São João Batista do Brum, ou simplesmente Forte do Brum, tem sua construção datada de 1629, em estilo colonial. Nesse ano, o local foi tomado por holandeses, que ergueram a fortaleza em taipa. Em 1690, os portugueses tomaram conta do espaço e o reformaram.

O Forte do Brum foi feito como uma forma de proteger a entrada do porto do Recife. O Forte foi usado como abrigo de refugiados da Revolução Pernambucana, ocorrida em 1817. Hoje ele funciona como um museu militar, exibindo objetos bélicos, o esqueleto de um soldado da época da invasão holandesa,  fotos da 2ª Guerra Mundial, além de uma exposição de bandeiras imperiais, reproduções de mapas e até um painel produzido por Francisco Brennand em homenagem a Frei Caneca.

Foi cenário dos diversos conflitos registrados na Província na primeira metade do século XIX:

Durante a Revolução Pernambucana (1817), após o assassinato do Brigadeiro Barbosa de Castro pelo Capitão José de Barros (o "Leão Coroado") no Forte de São Tiago das Cinco Pontas (6 de março), o Governador e Capitão-general da Província de Pernambuco, Caetano Pinto de Miranda Montenegro (1804-1817), refugiou-se no Forte do Brum. Sem meios de defesa ante o assalto dos rebeldes, o governador foi forçado a capitular (7 de março) e a embarcar para o Rio de Janeiro.

Em 1823 o Comandante das Armas da Província, Coronel Joaquim José de Almeida, foi detido neste forte, pelo povo e pela tropa, amotinados (GARRIDO, 1940:70).
Durante a Confederação do Equador (1824), nele também foi detido o chefe da Junta Governativa nomeado pela Câmara de Olinda, Manuel de Carvalho Pais de Andrade. A sua guarnição se revoltou, libertando-o, iniciando o conflito (TINÉ, 1969:96-97), que se encerrou com a ocupação deste forte (17 de setembro de 1824) (GARRIDO, 1940:70).

Durante a Insurreição Praieira (1848), serviu como prisão política, conforme a "Lista dos Cidadãos que se achavam presos em Pernambuco em 2 de maio de 1849" (MELLO, 1978:237-238).

Souza (1885),relata que seu traçado era o de um polígono irregular, composto de três faces abaulartadas e uma simples, faceando o ancoradouro. Encontrava-se em bom estado de conservação, classificada como de 2ª Classe, e sua artilharia montava a quarenta e oito peças de diferentes calibres, servindo de registro ao porto do Recife, à época (1885) (op. cit., p. 83).

 Cercado por um fosso, o seu interior é acessado por uma ponte sobre arcos de alvenaria, e um portão monumental. No vértice dos dois baluartes pelo lado de terra, erguem-se guaritas hexagonais.

 Ao abrigo das muralhas, sobre o terrapleno, em torno da praça de armas (com 300 m²), ergue-se o conjunto das edificações: Quartel de Tropa, Quartel de Comando, Casa da Pólvora, Capela, Calabouço e outras.GARRIDO (1940) reporta que o forte sofreu reparos em 1886, e melhoramentos, no montante de 11:888$000 réis, em 1889. 

Em 1907 exigia reparos gerais, particularmente no esgoto e na iluminação, tendo se providenciado o mais urgente em 1908, e se destinado uma verba de 14:000$000 réis para o ano de 1909. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), foi guarnecido, a partir de 1915, pela 2ª Bateria do 4º Batalhão de Posição da Bahia (op. cit., p. 70).

A partir de 1934, o General Manoel Rabelo cogitou reformar as suas instalações para aí instalar um Museu Militar. Permanecia abandonado ainda em 1938, abrigando famílias de baixa renda (GARRIDO, 1940:70-71). De propriedade do governo do Estado de Pernambuco, foi tombado pelo IPHAN desde 1938. Em meados do século XX, serviu como depósito da 7ª Região

Sofreu pesquisa arqueológica parcial em 1985, pelo Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, em colaboração com o Comando Militar do Nordeste, a 7ª Região Militar e a Fundação Joaquim Nabuco. 

Na ocasião foi pesquisada a Praça de Armas, descobrindo-se algumas das primitivas estruturas do forte, inclusive a cacimba de água.
Administrado pelo Exército brasileiro encontra-se restaurado e aberto ao público.

































Ossada de um soldado holandes




Boneco de Felipe Camarão










Imagens:
http://fortedobrum.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html
http://www.7rm7de.eb.mil.br/ass_cult/forte.php?opc=1
http://www.panoramio.com/photo/37556533
http://www.recifeondeir.com/cultura-e-historia.html
http://giovdand.blogspot.com.br/2011/05/museu-militar-do-forte-do-brum.html
http://professorandresantiago.blogspot.com.br/2012/08/blog-post_27.html


Referencia: 

http://fortalezas.org/?ct=fortaleza&id_fortaleza=250&muda_idioma=PT
http://www.pernambuco.com/turismo/fortes.shtml


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

REAL FORTE PRINCIPE DA BEIRA - RO

Abandonado por décadas, o Real Forte Príncipe da Beira, um dos marcos mais monumentais da ocupação portuguesa na Amazônia está sendo estudado por arqueólogos para ser restaurado e, quem sabe, virar uma importante atração turística da região amazônica. 

Projetada pelo arquiteto italiano Domingos Sambucetti, que morreu de malária durante a obra, a construção está localizada às margens do Rio Guaporé, na fronteira do Brasil com a Bolívia, no município de Costa Marques (RO). 

A função do forte inaugurado em 1783 (20 07 1776, iniciou as obras) era guardar os limites entre os impérios português e espanhol. Quando a ocupação da região já estava consolidada, perdeu sua função e acabou abandonado. 

Teve início em 2010 um projeto de recuperação de fortificações do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) permitindo conhecer melhor como era a vida dos ocupantes do ,Príncipe da Beira. Mais de 40 mil peças já foram encontradas nas escavações da parte interna do forte. “Há muitos restos de fardamentos, insígnias militares. Encontramos 2.200 balas de canhão”, relata Fernando Marques, arqueólogo do Museu Paraense Emílio Goeldi que desde o ano passado desenvolve trabalho de campo no sítio. 


Um dos aspectos interessantes do material recolhido no trabalho de recuperação é a evidência da integração dos militares com a população da região. Nas escavações foram encontradas “louças europeias misturadas com cerâmicas nativas", segundo relata Marques. “Dentro do espaço do forte havia capela, hospital, boticário, costureiros. 


E, ao lado dele, foram surgindo comunidades”, descreve o arqueólogo. Segundo ele, suas instalações permitiam dar abrigo a cem soldados.

A área central onde grande parte dos objetos foram encontrados é um quadrado com 10 mil metros quadrados de área. A frente externa do forte tem 250 metros. A imponência da construção não chegou a ter emprego em batalha, já que o forte nunca esteve envolvido em combate.


é uma fortaleza composta de uma muralha de aproximadamente 980 metros de perímetro, erigida em taipa de formigão e protegida por cortinas de pedra tapiocanga aparelhada.

Cercado por muralhas que medem 10 metros de altura, a fortaleza é basicamente constituída por uma praça central, onde existem as ruínas de quinze prédios.

Além do tombamento pela União, o Forte é tombado como patrimônio do Estado de Rondônia, sendo reconhecido por meio da Constituição estadual de 1989, artigo 264. Por se encontrar dentro de área militar, a responsabilidade fundiária compete ao Exército Brasileiro.

Segue imponente as margens do rio Guaporé





































Referencias:
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1064

http://fortalezas.org/index.php…
Seraphico, Luis, Fortalezas Historicas Brasileiras.
Imagens: internet e cedidas pela professora e historiadora Janaina Meazza que esteve no local em 2014.