quinta-feira, 13 de abril de 2017

HERÓI DE GUERRA MAX WOLF FILHO


 No dia 12 de abril de 1945, o 11º RI recebeu a missão de reconhecer a região de Monte Forte e Biscaia, a denominada "terra de ninguém". O sargento Wolf foi voluntário para comandar a patrulha de reconhecimento, que foi constituída por 19 militares que se haviam destacado por competência e bravura em outros combates. Nessa missão, foi fatalmente atingido por uma rajada de metralhadora alemã, que o atingiu na altura do peito.



terça-feira, 11 de abril de 2017

REVOLTAS REGENCIAIS RESUMO BÁSICO


Confederação do Equador (1824)

As atitudes de D. Pedro I foram consideradas autoritárias por alguns liberais da época, a exemplo de Cipriano Barata e Frei Caneca, favoráveis a um sistema republicano com poder descentralizado. O descontentamento transformou-se em revolta e explodiu quando o imperador nomeou, em julho de 1824, um novo presidente para a Província de Pernambuco, fato que desagradou as lideranças políticas locais, sobretudo as de Olinda e Recife, centros do movimento. O principal líder da revolta foi justamente o governador destituído, Manuel de Carvalho Pais de Andrade.
Essa Constituição estabeleceu o chamado voto censitário, ou seja, o direito ao voto dependia da renda : anual. O mesmo critério valia para quem quisesse ser candidato. Resultado: a maioria da população continuava sem participar. No mais, a Constituição criou 4 poderes:
Judiciário: composto por juízes nomeados pelo : imperador;
Legislativo: composto por políticos responsáveis pela elaboração de leis: deputados (mandato de 3 anos) e : senadores (mandato vitalício);
Executivo: composto por ministros de Estado nomeados pelo imperador, que cuidavam da administração pública e cumpriam as leis;
Moderador: exclusivo do imperador, concedia a este plenos poderes para intervir nos demais, devendo para isso consultar o Conselho de Estado, órgão composto por membros vitalícios nomeados pelo próprio imperador



Cabanagem:
Revolta popular ocorrida durante 1835 -1840, o período regencial na província do Grão-Pará contra o governo central regencial. Sua composição inicial era de população ribeirinha, moradores das cabanas (cabanos) e posteriormente, dado o sucesso das revoltas, por comerciantes e fazendeiros.
Os objetivos eram, portanto a melhora da qualidade de vida e na independência da província. Segundo o historiador Caio Prado Jr. foi a maior revolta popular brasileira, se não por duração ( 1835-1840) pela intensidade e composição.
Seu desfecho se dá em derrota contra as forças legalistas, não atingindo, portanto os objetivos (muito pela sucessão de traições na liderança do projeto emancipacionista) e deixando, na mais tímida das hipóteses, 30.000 mortos.

Sabinada
Revolta popular ocorrida entre 1837 e 1838, pretendeu uma proclamação provisória da república baiense até a maioridade de D. Pedro II.
Revolta empreendida por fazendeiros, militares e integrantes de uma classe intermediária teve como líder o médico Francisco Sabino.
Após alguns enfrentamentos e aproximadamente 2.000 mortos os objetivos não se concretizaram.

Balaiada
Revolta popular ocorrida no Maranhão entre 1838 e 1841 com intenção de controle do poder local. Revolta dividida entre ideais mais conservadores e radicais porém sem objetivos claramente definidos. Sua causa imediata se deu pela extrema miséria enfrentada pela população a crise econômica causada pela estagnação da cultura do algodão. Na sua composição, pelos mais radicais estavam artesãos de balaios (segundo o Rangel: uma coisa feita para carregar coisas). A contenção dos revoltosos se dá pelas forças legalistas que tinham no comando o futuro Duque de Caxias.

Farroupilha 
Revolta elitista sulista; teve a mior duração entre as demais revoltas a ela contemporâneas.
Causa imediata da insatisfação que geraria a guerra foi a crise da produção pecuária sobre o Charque, tanto pela elevação do valor do Sal quanto pela redução tributária das importações de carne da região platina e aumento tarifário para os gaúchos.
Poucos anos antes havia o exemplo da independência dos uruguaios (província Cisplatina) o que serviu de inspiração para a república Piratini (riograndense) e a posterior república Juliana (em Santa Catarina).
Seus líderes principais, Bento Gonçalves e Garibaldi, defendiam interesses comerciais de uma classe se não elitista, ao menos intermediária. Seu desfecho se dá pela articulação de trégua no qual houve a presença mais uma vez do Duque de Caxias.

Malês
Conflito de poucos dias em 1835, peculiar, uma vez que envolveu questões como escravidão e religião.
Negros muçulmanos (portanto letrados) disseminavam panfletos objetivando projeto de abolição escrava restrita, extermínio dos brancos e um Estado muçulmano em Salvador.
Nenhum dos objetivos foi alcançado.


Cemiterada
No dia 24 de outubro de 1836, entrava em vigor uma lei em Salvador que proibia os tradicionais enterros no interior das igrejas e dava a uma companhia privada o monopólio dos enterros por trinta anos, no cemitério chamado de Campo Santo. Insatisfeitos com a postura do governo da Bahia, um dia após a lei ser outorgada, as irmandades católicas se organizam e vão protestar em frente ao palácio do governo provincial.
As irmandades eram organizações responsáveis pela devoção festiva de santos específicos e seus membros estavam reunidos de acordo com a classe que pertenciam na sociedade. Haviam irmandades predominantes, mas não exclusivas, de brancos, mulatos e pretos, ricos e pobres.  As irmandades se responsabilizavam pelos funerais dos seus membros, chegando a enterras pessoas estranhas por um valor determinado.
No dia 25 de outubro de 1836, as irmandades marcham em direção ao palácio provincial, convidando seus membros e o público em geral para protestar contra a nova lei. A multidão se reuniu, vestidos a caráter, carregando cruzes e bandeiras referentes a sua irmandade, o protesto tomou tal proporção que polícia estimou cerca de duas a quatro mil pessoas. Devido a imensa multidão que se postou frente ao palácio, o presidente da província, Francisco de Sousa Paraíso, aceitou negociar com os principais representantes das irmandades. Devido a pressão exercida, Paraíso decide convocar uma reunião extraordinária  da Assembléia Provincial para rever a lei, acalmando em parte, os ânimos dos protestantes e enquanto a reunião não ocorria para dar o parecer final, os enterros continuariam sendo nas igrejas.
Mesmo com a decisão do governador que atendia, por enquanto, a vontade do povo, um grupo aproximou-se do escritório da companhia do cemitério gritando “vivas às Irmandades e morras aos Pedreiros livres”, em seqüência apedrejaram o lugar. Em seguida,  a multidão marchou sentido ao Campo Santo, que ficava a três quilômetros do centro da cidade, lá a destruição foi praticamente total. Os policiais que acompanharam tudo de perto não puderam fazer nada, a quantidade de pessoas era imensa e usar a força contra homens e mulheres que carregavam cruzes seria politicamente incorreto. A manifestação só teve fim a noite, o cemitério estava destruído e o povo contente. Assim ocorreu a Cemiterada de1836 na Bahia.
 

Fonte:  REIS, João José. A morte é uma festa: Ritos fúnebres e revolta popular no Brasil do século XIX. São Paulo: Companhia de Letras, 1991.  


                             Segundo Reinado (1840 – 1889)

Revolução Praieira 

Aconteceu em Pernambuco e foi a última grande revolta interna do Império. Nessa época (1848) a economia da Província de Pernambuco girava em torno dos engenhos de açúcar (controlados por algumas poucas famílias locais) e do comércio (controlado pelos portugueses). O Partido da Praia, composto por liberais, combatiam as desigualdades divulgando suas ideias no jornal Diário Novo, localizado na Rua da Praia, em Recife. Por essa época, o presidente de Pernambuco era um homem comprometido com as causas liberais, mas foi substituído por um conservador, representante da elite.
Os praieiros não aceitaram a troca e organizaram a Revolução Praieira, sob a liderança do militar Pedro Ivo e do jornalista Borges da Fonseca, divulgaram suas ideias através de um documento chamado Manifesto ao Mundo (que, apesar de liberal e democrático, não fazia referência à escravidão).
A Revolução Praieira não chegou a durar um ano. Sem recursos e com cerca de dois mil homens, os praieiros foram facilmente dominados pelas tropas do Império.
O parlamentarismo brasileiro
A criação do cargo de primeiro-ministro (presidente do Conselho de Ministros), em 1847, marca o início do parlamentarismo no Brasil, também chamado de “parlamentarismo às avessas”, pois fora copiado do modelo inglês e adaptado pelo poder moderador.



segunda-feira, 10 de abril de 2017

BANDEIRA DA ORDEM DE CRISTO 1332 - 1651



Foi a bandeira hasteada pelos portugueses no Brasil na Época do Descobrimento.
Primeiro símbolo da história brasileira, a Cruz da Ordem Militar de Cristo estava pintada nas velas das 12 embarcações (uma perdeu-se no mar em 23 de março de 1500) que chegaram em terras brasileiras no dia 22 de abril de 1500.

É segundo o que consta da carta do escrivão da esquadra, Pero Vaz de Caminha, a bandeira com essa cruz estava presente no momento da partida:

"Ali estava com o Capitão a bandeira de Cristo, com que saíra de Belém, a qual esteve sempre bem alta, da parte do Evangelho."

Essa bandeira, da qual fala Caminha, era da Ordem Militar de Cristo.

A CRUZ DE CRISTO é uma figura composta:

“Uma cruz grega branca sobreposta a uma cruz patée vermelha, que lhe serve de campo”.

Uma ordem militar era uma instituição militar e religiosa restrita aos nobres, que nela eram admitidos mediante sagração no grau de cavaleiro, para combater os hereges (muçulmanos), tornando-se verdadeiros monges-soldados.

A Ordem Militar de Cristo era a sucessora portuguesa da Ordem dos Templários e foi criada pelo rei de Portugal, D. Diniz em 1319.

sábado, 8 de abril de 2017

PELOURO




Peça que esta no museu Paranaense em Curitiba

    Pelouro era a designação dos projéteis das antigas peças de artilharia. Esta bala não possuía carga explosiva no seu interior e era dispara por canhões e seus derivados. O seu diâmetro era ligeiramente inferior ao do cano da boca de fogo.

Inicialmente eram feitas de pedra (granito ou calcário) e, a partir so século XVII de ferro. Eram projéteis de boa precisão, para a época, eram utilizados para destruírem os cascos de madeira dos navios, as fortificações ou como arma anti-pessoal de longo alcance. Juntamente com as balas de chumbo e a metralha, os pelouros constituíram os primeiros projéteis das armas de fogo.

SURGIMENTO DO DIABO


Assim surgiu o Demônio ou Diabo

No século IV, um concílio na cidade de Toledo descreveu minuciosamente o Diabo como um ser composto por chifres, pele preta ou avermelhada, com rabo e portador de um tridente. A partir de então, os relatos sobre experiências demoníacas ganhavam força em uma nova leva de narrativas.

Assim, a figura do demônio assumia formas e logo seria portador de uma gênese individualizada. Em 1215, o Concílio de Latrão determinou que o Diabo e os demônios eram criaturas criadas por Deus que, por conta de suas opções particulares, preferiram se desviar da autoridade divina. Nesse contexto, ao mesmo tempo em que o inimigo se tornava claramente reconhecido, outras histórias falavam sobre pessoas que se entregavam ao temível lado da obscuridão.
De acordo com pesquisas mais recentes, a disseminação dos cultos aos demônios surgem justamente no efervescente século XIV. Em alguns países da Europa, a ordem dos Luciferinos pregava a ideia de que o escolhido de Deus era Lúcifer, por esse ter sido primordialmente designado como “o anjo de luz”. Na Itália, uma seita conhecida como “La Vecchia Religione” (A velha religião) organizava missas onde o pão consagrado era oferecido para os ratos e porcos.

Na Idade Moderna, o demônio era o maior acusado de conduzir as pessoas a praticar os atos heréticos combatidos pela Santa Inquisição. Manuais de exorcismo detalhavam ricamente as manifestações e formas de se expulsar o capeta. Em vários casos, reforçando o ideal de fragilidade da condição feminina, as freiras apareciam em público tomadas por demônios, pronunciando várias ofensas contra Deus e os homens santificados pela Igreja.
Após o Iluminismo, vemos que a preocupação com o demônio ganha uma ênfase menor mediante a disseminação das explicações científicas, principalmente no campo médico. No final do século XIX, a literatura romântica passou a incorporá-lo como um ser que representa a capacidade de o homem raciocinar livremente. Um dos mais conhecidos exemplos dessa outra significação aparece na obra “O Fausto”, escrito pelo alemão Johann Wolfgang Von Goethe.

No século passado, a relação entre o demônio e o poder de constar padrões acabou sendo sistematicamente explorado na criação de boatos sobre artistas e celeridades do campo musical. Em meio à explosão dos meios de comunicação, a demonização de certos conjuntos musicais e artistas se transformaram em um caminho certo para a fama, seja ela positiva ou negativa. Afinal de contas, nada é mais avesso ao diabo que a própria banalização.

Trechos do  Texto de Rainer Sousa


segunda-feira, 3 de abril de 2017

CONFLITO RELIGIOSO EM TERRA RICA - PR




Em 1960, Terra Rica, no Noroeste Paranaense, já era uma cidade habitada por pessoas das mais diversas crenças. No entanto, essa diversidade, que até então inspirava a tolerância e respeito em prol do desenvolvimento, foi ofuscada por um conflito que jamais seria esquecido pelos moradores do município.
Em 2 de novembro do mesmo ano, Terra Rica viveu um episódio digno de uma guerra civil na frente da Igreja Matriz.
Era Dia de Finados quando integrantes do Centro de Umbanda de Terra Rica decidiram realizar uma passeata até o Cemitério Municipal, na Avenida Rio de Janeiro. O trajeto incluía passar na frente da Igreja Santo Antônio de Pádua, o que foi interpretado como uma afronta pelos católicos.
Ciente da movimentação, o padre Vicente Magalhães de Teixeira, o primeiro pároco da cidade, se dirigiu até o Centro de Umbanda para tentar impedir a realização da passeata, embora há quem diga que o padre tenha apenas pedido para mudarem o percurso.
A solicitação da autoridade religiosa foi ignorada, então membros dos grupos Congregado Mariano e Filhas de Maria pegaram facas e foices e montaram guarda na entrada da Igreja Matriz.
“Me recordo que quando os umbandistas apareceram a situação saiu de controle e os católicos levaram o conflito até as últimas consequências”, relatou o pioneiro Joaquim Pereira Briso em entrevista que me concedeu em 2006.
Muita gente se feriu, mas ninguém morreu. Não foram poucos que tiveram de ser levados em estado grave para o hospital. Há testemunhos de pessoas que perderam a visão durante a briga.
De acordo com o pesquisador Edson Paulo Calírio, a luta começou “no braço”, só que os mais exaltados logo recorreram à foice, facão, balaústre, tijolo e pedra. Qualquer objeto próximo da mão era usado como arma. Alguns pioneiros afirmaram que o conflito teve início às 13h e se estendeu por toda a tarde.
Havia centenas de pessoas na frente da Igreja Santo Antônio de Pádua no momento da confusão. Os umbandistas somavam cerca de 300 pessoas, um número considerado bem inferior à quantidade de católicos no local para impedir que os manifestantes continuassem a passeata até o cemitério.
“No final da tarde, em uma ação extrema, os católicos foram até o centro de umbanda e atearam fogo em tudo. Não sobrou praticamente nada, só as vigas incineradas’”, lembrou Pereira Briso.
O padre Vicente e os grupos Congregado Mariano e Filhas de Maria justificaram o incêndio contra os umbandistas como consequência do desrespeito aos católicos e também de uma suposta ameaça ao pároco.
Já os pioneiros que não pertenciam a nenhum grupo religioso pensavam e ainda pensam diferente. “A verdade é que o camarada que criou esse centro em Terra Rica começou a se sobressair demais, fazer uns milagres esquisitos, daí só precisaram de uma justificativa para tocar fogo no terreiro”, declarou Joaquim Pereira Briso.
No mesmo dia da briga entre católicos e umbandistas, três crianças que caminhavam pela Avenida Rio de Janeiro, via de acesso ao Cemitério Municipal, foram atropeladas por um caminhão.

Fonte: https://www.diariodonoroeste.com.br/noticia/regiao/regional/56904-um-dia-de-guerra-civil-em-terra-rica  em 04-04-2017