Na Inglaterra, do século XVIII a XIX, a venda de esposas era
uma maneira de acabar com um casamento insatisfatório, normalmente de maneira
consensual, seria algo como uma “separação” da classe operária pobre. Pelo fato
de não existir formas oficiais de divorcio, pois o estado e o clero não
realizavam essa pratica, a venda das esposas se caracterizava como uma
separação ou ato de divorcio, ou seja, esse ritual era uma forma de mostrar ao
publico que estava acontecendo uma separação.
A venda deveria
ocorrer numa praça de mercado ou outro local semelhante ao comercio. Embora se
tenha noticia que ocorria também em cais de porto e tavernas. A venda às vezes era precedida por um anuncio
publico, podia usar o sineiro da cidade para dar a notícia ou o marido podia
andar pelo mercado com um cartaz com o aviso da venda. A venda também simbolizava um casamento
do comprador e a esposa vendida, já que dificilmente o clero realizava
casamentos da classe plebeia. Quando um casal queria se separar eles praticava
o cerimonial de venda, esse cerimonial às vezes era forçado, mas na maioria das
vezes era planejado entre o casal. Em
algumas vezes o comprador era uma pessoa conhecida (amante) ou alguém da
família (mãe, irmãos) que compravam a liberdade da sua familiar de volta.
Como era feito; era de
forma ritual, uma corda era colocada no pescoço ou cintura da mulher, e ela era
levada para a “venda”, que geralmente já estava acertada com o seu “amante ou
familiar”. O marido entregava a corda ao comprador simbolizando que estava abrindo
mão ou entregando a esposa, isso na frente de dezenas de testemunhas.
Os jornais ingleses no
século XVIII e XIX noticiaram vários casos de vendas de esposa nos mercados e
feiras da Inglaterra pelos seus maridos. O historiador inglês THOMPSON, colheu
nos antigos jornais ingleses 218 casos noticiados entre 1760 e 1880, essa
pratica passou a ser bastante noticiada na imprensa inglesa pela quantidade de casos
que estava ocorrendo na Inglaterra.
THOMPSON, E.P.
Costumes em Comum; página 316, 320, Editora Companhia das Letras, São Paulo.
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