sábado, 21 de dezembro de 2019

VENDA DE ESPOSAS (século XVIII ao XIX)

Na Inglaterra, do século XVIII a XIX, a venda de esposas era uma maneira de acabar com um casamento insatisfatório, normalmente de maneira consensual, seria algo como uma “separação” da classe operária pobre. Pelo fato de não existir formas oficiais de divorcio, pois o estado e o clero não realizavam essa pratica, a venda das esposas se caracterizava como uma separação ou ato de divorcio, ou seja, esse ritual era uma forma de mostrar ao publico que estava acontecendo uma separação.
 A venda deveria ocorrer numa praça de mercado ou outro local semelhante ao comercio. Embora se tenha noticia que ocorria também em cais de porto e tavernas.  A venda às vezes era precedida por um anuncio publico, podia usar o sineiro da cidade para dar a notícia ou o marido podia andar pelo mercado com um cartaz com o aviso da venda.      A venda também simbolizava um casamento do comprador e a esposa vendida, já que dificilmente o clero realizava casamentos da classe plebeia. Quando um casal queria se separar eles praticava o cerimonial de venda, esse cerimonial às vezes era forçado, mas na maioria das vezes era planejado entre o casal.  Em algumas vezes o comprador era uma pessoa conhecida (amante) ou alguém da família (mãe, irmãos) que compravam a liberdade da sua familiar de volta.
Como era feito;  era de forma ritual, uma corda era colocada no pescoço ou cintura da mulher, e ela era levada para a “venda”, que geralmente já estava acertada com o seu “amante ou familiar”. O marido entregava a corda ao comprador simbolizando que estava abrindo mão ou entregando a esposa, isso na frente de dezenas de testemunhas.
Os jornais ingleses  no século XVIII e XIX noticiaram vários casos de vendas de esposa nos mercados e feiras da Inglaterra pelos seus maridos. O historiador inglês THOMPSON, colheu nos antigos jornais ingleses 218 casos noticiados entre 1760 e 1880, essa pratica passou a ser bastante noticiada na imprensa inglesa pela quantidade de casos que estava ocorrendo na Inglaterra.

THOMPSON, E.P. Costumes em Comum; página 316, 320, Editora Companhia das Letras, São Paulo.

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