Construído
na segunda metade do século XIX, durante a fase áurea da economia de Antonina.
Consta que o “Theatro” teria sido construído pela Sociedade Teatral de
Antonina, fundada em 1875, sendo que a prefeitura adquiriu o espaço no início
do século XX. Possui uma área construída de 630 m2, estilo eclético, rico em
adornos. Situado na rua Dr. Carlos Gomes da Costa, 322. Sabe-se que em 1898, o
Sr. Arthur Balter e um grupo de amadores restauram um edifício pertencente a
uma sociedade teatral particular fundado em 1875, passando a denominá-lo
Theatro Municipal. Entre os anos de 1930 e 1935, quando em Antonina a assistência
social era amparada pelos parcos recursos da população antoninense que, na
ocasião, se valia de festivais esportivos e teatrais para angariar fundos com o
qual amenizava as despesas do Hospital de Caridade de Antonina, apareceu num
domingo chuvoso, em Antonina, uma Companhia de Artista do Teatro Alhambra do
Rio de Janeiro, em excursão para Argentina, no Navio de Passageiros e Cargas
“Almirante Jaceguay” do Lloyd Brasileiro, que aportou para descarregar e
carregar “cabotagem.
Aproveitando o tempo que permaneceram neste porto, o qual
seria das 3h da tarde até 11h da noite, ocasião que terminado a operação de
carga e descarga o navio rumaria para Buenos Aires, os Artistas e demais
passageiros desceram para a terra afim de conhecer a cidade (naquele tempo não
se falava em turismo, mas já se fazia sem saber). Andando pela cidade,
conhecendo pontos pitorescos, encontraram-se com nosso Theatro Municipal,
principalmente com sua fachada, verdadeira obra prima de escultura, que
representava nos seus instrumentos e figuras de comédia teatral. E sabedores
dos espetáculos que ali se realizavam, todos em benefício do Hospital,
resolveram de acordo com o Provedor do Hospital, Sr. Álvaro Rodrigues da Costa
(Álvaro Paciência) e o empresário do cinema, aproveitando o tempo, um festival
de última hora o qual fariam “cenas rápidas, anedotas e shows artísticos”.
Assim tudo acertado, às 6h da tarde o Teatro Municipal já se encontrava lotado,
com a Banda de Música Lyra Antoninense, só de menores (a primeira no Paraná),
comandada pelo Maestro Urqueza Roberto Franco, tocando na porta do Theatro para
atrair espectadores ao mesmo. Iniciando
o “Show” improvisado, tivemos oportunidade de assistir artistas como Jayme
Costa, Maria Della Costa, Ítala Ferreira, Procópio Ferreira, e no ato de
Variedades, ainda “meninotes”, ou seja mocinhos Silvio Caldas que cantou
“Faceira”, Mesquitinha cantou “Não tenho um tostão no bolso”, Luiz Barbosa,
Almirante e ainda a famosa Carmen Miranda, Aurora Miranda, Aracy de Almeida,
Linda e Dircinha Batista, todos acompanhados pela famosa orquestra sob o
comando do inesquecível Ari naquela oportunidade era pianista e maestro e
cursava direito.
No intervalo do espetáculo, antes de começar o Ato Variado, o
seja, o “Show”, o antoninense IZIDORO DA COSTA PINTO um dos grandes oradores
que Antonina possuía, da platéia pediu a palavra e num brilhante improviso,
agradeceu ao espetáculo e oferenda dos artistas que se prontificaram para essa
missão piedosa e alegre ao mesmo tempo dizendo que ele Costa Pinto, representava
a tristeza neste ato, etc. Findo o discurso de agradecimento, Jayme Costa que
estava no palco com todos os artistas, disse não ser orador e legava os poderes
de tal para o nosso estudante de direito Ary Barroso, que subindo ao palco por
cima do piano, agradeceu as palavras de Costa Pinto, exaltou o povo altruístico
de Antonina e disse que recebia as palavras do representante da Tristeza que
era Antonina através do seu orador, e ele representava como Embaixador da
Alegria, o bem estar, o carinho, a solidariedade humana não só para os doentes
como para o próprio povo que os recebeu de braços abertos, etc. Esse foi mais
uma dos grandes feitos teatrais quer se passou no Theatro Municipal.
Elementos
da sociedade local também participavam de grupos amadores, apresentando
espetáculos quase sempre beneficentes, escritos e dirigidos por: José Cadelhe,
Flávio Chichorro, Carvalhinho e Wilson Rio Apa.
O Theatro de Antonina ficou sendo considerado um dos melhores do Estado. A instalação do cinema no antigo Theatro, no
início dos anos 60, fez com que os espetáculos teatrais ficassem limitados a
pequenas apresentações em clubes recreativos e em escolas. No início do século
XX, o Prefeito de Antonina Coronel Theóphilo Soares Gomes, resolveu adquirir o
referido edifício para a municipalidade. Entretanto, foi no governo de Heitor
Soares Gomes, que se iniciou a restauração do Theatro Municipal, com
modificações para permitir o emprego de cenários modernos e a dotação de mobiliário
de imbuia. A obra foi concluída pelo Prefeito sucessor, João Ribeiro da
Fonseca. Em 1962, o então Prefeito Pedro Dias Pinheiro realizou um contrato de
arrendamento pelo prazo de vinte anos com a empresa cinematográfica da capital.
Essa
empresa que se propunha a restaurar o prédio, submeteu-o a uma total mutilação
em sua fachada e demais dependências. Somente em 1982, com o término do
contrato, o Theatro foi devolvido para o Município, totalmente em ruínas, teto
caído e instalações destruídas. Localizado na Rua Dr. Carlos Gomes da Costa,
reinaugurado em 06 de novembro de 1994, tendo como o espetáculo de inauguração
o corpo de Bale do Theatro Guairá de Curitiba, com o espetáculo “O Quebra
Nozes”.
Fonte de referencia: https://www.portalantonina.com/theatro-municipal
Fonte de referencia: https://www.portalantonina.com/theatro-municipal